A data foi instituída
a partir do I Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), ocorrido no Rio de
Janeiro em 1996, por iniciativa do Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro
(Colerj). Como resultado simbólico, foi inserida a letra L, de lésbicas, na
sigla GLBT, na Primeira Conferencia Nacional de Direitos humanos e Cidadania da
População GLBT. Este ato simbólico, de inserção da letra L em primeira na sigla, foi um dos
primeiros passos de compromisso do movimento LGBT com a pauta das Lésbicas.
Também se buscou fazer um resgate no contexto histórico da lesbianidade, trazer
a historia do antigo Ferro’s Bar, importante ponto de encontro da comunidade
lésbica nos anos 1990, em São Paulo. “Hoje temos que defender com garra e
determinação esta data, principalmente no enfrentamento da lesbofobia”,
destacou o presidente da ONG, Marcelo Gil.
“Atualmente, é comum as lésbicas serem assediadas por homens
héteros que passam a cerca-las com o objetivo de realizar uma fantasia, ter
duas mulheres ao mesmo tempo durante uma relação sexual, fetichizando a orientação sexual que é absolutamente íntima e pessoal”, completou. O ativista também
destaca o combate às frentes fundamentalistas que pregam a cura gay e o temor real
dos estupros corretivos como forma de “reverter” a homossexualidade das
mulheres. “Esta é, talvez, a pior violência que uma lésbica pode sofrer”,
considerou.
Assim como acontece com os homens gays, é comum algumas
mulheres, por medo do preconceito, permanecerem “dentro do armário”, levando
uma vida de fachada, apenas para se enquadrar na heteronormatividade que a
sociedade impõe. “O machismo é um grande adversário das lésbicas, no momento em
que muitos homens ignoram a sua orientação sexual e as tratam como bissexuais,
em um movimento contínuo de interferência e desrespeito”, ressaltou Gil.
Trazer as discussões à tona, especialmente nessa data, é reafirmar
que duas mulheres podem ser mães, donas de casa, profissionais, ser e estar na
politica em todos os espaços públicos e privados, podem se casar, podem
realmente se amar. “Hoje as novelas humanizam esta relação, mas no inicio foi
com dificuldades. Como na novela Torre de Babel que explodiu o shopping com um
casal de lésbicas em 1998, por conta da rejeição do público”, lembrou o
presidente. No início do século XXI, as novelas Mulheres Apaixonadas em 2003 e Senhora
do Destino em 2004/2005 trazem uma relação sadia e com toques de amor. E a
última produção do horário nobre, Em Família, que retratou o verdadeiro amor, o
tão esperado beijo e o casamento com toques de feminismo.
Além do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, que é
celebrado em 29 de agosto, existem outras datas da comunidade LGBT: dia 28 de
junho é o Dia do Orgulho Gay; dia 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans;
e dia 23 de setembro o Dia da Visibilidade Bissexual. “Nosso trabalho é
fortalecer cada uma delas, para que todos tenham o seu espaço, de maneira
igualitária”, concluiu Gil.
Sobre a ONG ABCDS
Fundada em 2004 em São Bernardo e logo depois transferida para Santo André, onde permanece até hoje, a ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCD'S) tem atuado fortemente junto a diversas esferas de governo e da sociedade civil para combater os crimes de gaylesbobitransfobia (comumente definidas como homofobia, mas que se configuram no preconceito e na violência contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) a articular políticas públicas para este público no Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra). Nossa missão é sensibilizar e mobilizar a população sobre as questões de cidadania e direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT). Atualmente a ONG ABCDS atende pelo telefone (11) 2831-1641 em horário comercial e em casos de URGÊNCIA no telefone exclusivo (11) 98035-4528. Mais informações no endereço eletrônico www.ongabcds.blogspot.com.br.
Contatos para imprensa
Aline Melo – assessoria.ongabcds@gmail.com
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